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O estado de Mato Grosso ocupa o terceiro lugar em número de casos da sÃndrome pulmonar por hantavÃrus (SPH) no Brasil, com uma taxa de letalidade média de 42,8% em duas regiões distintas onde atividades agrÃcolas e de desmatamento são predominantes. Desde 2010 uma alteração no perfil dos pacientes vem sendo observada, com expansão da SPH para populações vulneráveis que até então não eram acometidas. A finalidade deste estudo é investigar a presença de infecção por hantavÃrus em populações vulneráveis de Mato Grosso, visando, consequentemente, propor medidas de prevenção que sejam adequadas à realidade socioambiental dessas comunidades. Assim, foram conduzidos estudos com crianças, garimpeiros e indÃgenas. Na análise envolvendo crianças foi utilizada estratégia descritiva e retrospectiva com base de dados secundários, na qual foi possÃvel descrever 32 crianças mato-grossenses com SPH tanto em áreas de desmatamento como de atividade agrÃcola, sem predominância de sexo, acometendo tanto crianças indÃgenas e não indÃgenas (34,3%). O domicÃlio foi o local provável de infecção mais encontrado (84,4%). Febre (75%), dispneia (59,4%), tosse (46,9%), cefaleia (43,7%) e dor abdominal (43,7%) foram as manifestações clÃnicas mais frequentes com uma letalidade de 34,4%. É apresentado também o primeiro caso de SPH em criança no bioma do Pantanal mato-grossense. Em relação aos garimpeiros foi possÃvel confirmar os primeiros casos da SPH nessa população com a identificação do genótipo Castelo dos Sonhos Adicionalmente, a partir de amostras do monitoramento de malária em uma região de garimpo em 2012, encontrou-se uma soroprevalência para hantavÃrus de 3,57% com um dos quatro garimpeiros sororreativos para hantavÃrus com infecção simultânea por P. falciparum, confirmada por gota espessa. Um inquérito sorológico, utilizando teste imunoenzimático com antÃgeno Araraquara para detecção de anticorpos anti-hantavÃrus da classe IgG foi realizado na comunidade indÃgena Haliti-Paresà com 301 indivÃduos, 92,04% da população total, com uma abordagem prospectiva a partir de duas coortes, uma em 2014 e a segunda, em 2015. Com uma soroprevalência global de 11,62% (35/301), a avaliação prospectiva de 110 amostras de soro pareadas, que foram coletadas em 2014 e 2015, possibilitou a identificação de quatro indÃgenas sem anticorpos anti-hantavÃrus da classe IgG em 2014 que soroconverteram durante o estudo. Todos os indÃgenas que apresentaram anticorpos anti-hantavÃrus da classe IgG foram submetidos à pesquisa de anticorpos IgM e todos foram negativos. Em adição, foi realizada uma expedição para captura de animais silvestres na qual foram capturados dois roedores silvestres – Cerradomys scotti e Calomys tener – que foram soronegativos. Por fim, visando ampliar os conhecimentos necessários sobre a etnia e sua relação com a SPH e, assim, contribuir com produtos que possam auxiliar na redução do risco de adoecer por hantavÃrus e melhorar o seu nÃvel de vida, foi construÃdo um relato de experiência sobre a coleta de dados, além de uma revisão de literatura sobre a demografia ParesÃ, uma análise sobre o conhecimento das crianças indÃgenas sobre a hantavirose, além da produção de material educativo trilÃngue |
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