Repositorio Bibliográfico Biocultural

Somos un mismo pueblo con culturas diversas

Sumario: Na etnologia indígena ameríndia, certo fascínio pelo exótico e por grandes temas como a guerra e o ritual tem proporcionado um sistemático desinteresse pela domesticidade e pelo cotidiano (OVERING, 1999), sendo estes domínios identificados (às vezes desqualificados) como dimensões do familiar, do profano, do ordinário; ou seja, despidos de mais ampla densidade social, simbólica ou cosmológica. Entretanto, essa falha epistemológica revela mais um olhar etnográfico androcêntrico, típico da tradição histórica e cultural ocidental, que uma perspectiva nativa do mundo, construída por suas categorias e elaborações filosóficas. A partir de uma leitura crítica da literatura dedicada aos Tikmn-Maxakali e de uma experiência etnográfica realizada em Aldeia Verde, o presente trabalho tenta desconstruir preconceitos etnográficos e ressignificar as práticas e os conhecimentos femininos. As visitas domiciliares, a comensalidade diária, os cuidados familiares, as redes de parentes e, ainda, a arte de preparar a tinta de urucum, de produzir panelas de barro ou de tecer a fibra de embaúba, fazem parte de uma agência feminina que transcende suas funções meramente utilitárias, fisiológicas ou familiares. Alimentando (ou não) parentes, estando juntas ou se separando, tecendo a fibra ou queimando o barro, as mulheres produzem, garantem ou ameaçam a socialidade entre humanos e, ao mesmo tempo, as relações com os espíritos-yãmyxop (e as inúmeras subjetividades que compartilham seu mundo). Embora liminares, periféricos, domésticos, os atos cotidianos das mulheres tikmn se revelam divergentes, mas não opostos, nem menos importantes, dos atos masculinos, sendo igualmente fundamentais para a manutenção dos mundos ordinário e extraordinário, não sendo estes disjuntos. Finalmente, oposições como cotidiano versus ritual, homens versus mulheres e privado versus político deixam de fazer sentido, cedendo o lugar a relações de contiguidade e complementariedade, mais apropriadas para traduzir as dimensões fluidas, compartilhadas, ambivalentes e mais maleáveis da experiência nativa

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