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A cárie dentária é o mais grave problema de saúde bucal, pois uma de suas consequências, o edentulismo (perda de dentes), retrata o caráter inÃquo de sua relação com uma boa condição de saúde. A despeito das melhorias encontradas nas condiçõesde saúde bucal de vários paÃses, tanto nos desenvolvidos quanto naqueles emdesenvolvimento, a prevalência de cárie e doenças periodontais ainda é expressiva na população de baixa renda, exercendo um papel importante como indicador de desigualdades. A literatura sobre a saúde bucal indÃgena sugere que a desigualdade das condições de saúde bucal decorre de muitos fatores, entre os quais: diferentes relações de contato, desigualdades socioeconômicas, culturais e ambientais. Partindo destapremissa, esta tese fundamentou-se em três estudos: (1) revisão sistemática sobre fatores associados à cárie dentária e doença periodontal em populações indÃgenas na AméricaLatina; (2) ecológico, para investigar a associação entre determinantes socioambientais e a ocorrência da cárie dentária em povos indÃgenas no Brasil; (3) coorte prospectiva, para investigar a associação entre determinantes sociais e a incidência de cárie dentáriaentre os Ãndios Guarani no Pólo-Base de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro. As evidências encontradas na revisão sistemática indicam importantes desigualdades na saúde bucal entre diferentes povos indÃgenas em alguns paÃses da América Latina. Osresultados do estudo ecológico sugerem que existem piores condições de saúde bucal em comunidades indÃgenas que mantêm certas caracterÃsticas: (1) habitações com coberturas que utilizam materiais de origem vegetal; (2) presença de escola nas aldeias;(3) não dispõem de eletrificação; (4) que residem em certas regiões do paÃs, como é o caso da Amazônia. Os resultados da análise multinÃvel do estudo de coorte assinalam aassociação entre desigualdades sociodemográficas e a incidência de cárie dentária na etnia Guarani no estado do Rio de Janeiro. As estimativas encontradas indicam queexistem piores condições de saúde bucal nas aldeias que não possuem escolafuncionando regularmente (…), com risco de cárie em adolescentes e adultosacima de quatro vezes maior em relação aos encontrados nas crianças guarani da coorte (…). A partir dos resultados observados, Conclui-se que a redução das desigualdades na distribuição da cárie dentária exige polÃticas e ações voltadas para a promoção da saúde, de forma a evitar que essas desigualdades transformem-se em iniquidades em saúde. |
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