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Em 1999 foi criada a PolÃtica Nacional de Saúde IndÃgena, estabelecendo um subsistema de atenção à saúde articulado ao SUS. Sob gestão da Fundação Nacional de Saúde, foram criados 34 Distritos Sanitários Especiais IndÃgenas (DSEI). A partir de 2003, frente à escassez de informações confiáveis sobre a situação alimentar e nutricional dos povos indÃgenas, aliada a evidências oriundas de estudos acadêmicos que apontavam para problemas de sustentabilidade alimentar e elevadas prevalências de desnutrição em diversas sociedades indÃgenas, a FUNASA implantou um sistema de vigilância alimentar e nutricional (SISVAN) no subsistema. Esta dissertação é um estudo de abordagem qualitativa baseado em modelos de análise de polÃticas públicas (em particular na proposta analÃtica de John Kingdon), sobre a concepção do SISVAN no subsistema de saúde indÃgena. As fontes de dados consistiram em documentos relacionados à PolÃtica Nacional de Saúde IndÃgena e ao SISVAN IndÃgena, artigos disponÃveis na literatura cientÃfica sobre o perfil nutricional e de saúde dos povos indÃgenas, sobre sistemas de vigilância alimentar e nutricional. O modelo de análise proposto por Kingdon se concentra nas fases iniciais do ciclo da polÃtica pública, quais sejam a fase de construção da agenda governamental e a de especificação de alternativas de polÃticas. Buscou-se responder quais condicionantes levaram os gestores do subsistema a reconhecer os déficits nutricionais dos povos indÃgenas como problema de saúde pública e a escolha do SISVAN como alternativa de solução. Os processos analisados evidenciaram que, na convergência de um fluxo de problemas com ambiente polÃtico favorável, abriu-se uma janela de oportunidade para a questão da insegurança alimentar e nutricional dos povos indÃgenas ser reconhecida como problema e ascender à agenda de decisão governamental. Como alternativa viável de polÃtica na área de saúde, os gestores elegeram o SISVAN, proposta já difundida internacionalmente e que no Brasil foi incorporada ao SUS a partir de 1990. O SISVAN foi formalizado em 2006 no subsistema de saúde indÃgena em nÃvel nacional. Por meio de dados gerados pelos serviços, o sistema atualmente acompanha o estado nutricional de aproximadamente 58 por cento das crianças indÃgenas menores de cinco anos em todo Brasil. A partir da sua implementação nos DSEI, diversas estratégias de intervenção nutricional estão sendo realizadas com o objetivo de melhorar o estado nutricional e de saúde desses povos. |
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