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O catimbó-jurema é uma manifestação religiosa, cujas origens estariam relacionadas inicialmente a antigos grupos indígenas que um dia habitaram Nordeste brasileiro. Esta pesquisa trata de uma análise sobre a construção imaginária e imaginada dos espaços, ou da “geografia sobrenatural” presentes no sistema místico-religioso do catimbó-jurema. Em se tratando da análise, são abordados múltiplos aspectos espaciais utilizados nesta religião: terreiro, o peji ou altar, o corpo, as cidades espirituais, os reinos e aldeias presentes na cosmogonia juremeira. Destacamos também as metáforas espaciais ou noções espacializantes contidas na liturgia do catimbó. Este trabalho revisita as literaturas pioneiras das décadas de 1920/30, escritas por Mário de Andrade, Roger Bastide e Câmara Cascudo, com objetivo de perceber os processos históricos, sociais e culturais que moldaram o catimbó-jurema dando-lhe seu formato atual. A revisão bibliográfica também vistoria as produções recentes, com objetivo principal de apresentar ao leitor o que está sendo elaborado por pesquisadores desta religião na contemporaneidade. O corpus documental deste trabalho conta com entrevistas, análise de pontos cantados e de blogs para tecer nossas considerações acerca da prática juremeira observada em alguns terreiros do Rio Grande do Norte. Guiados pelos preceitos teórico-metodológicos da História Oral, traçamos uma análise sobre a construção imagético-discursiva das “cidades espirituais” da jurema, tendo como fonte os relatos dos adeptos, nosso objetivo é apresentar uma “geografia do sobrenatural” das espacialidades do catimbó, catalogando as nomenclaturas das paragens míticas enunciadas pelos juremeiros. Estas e outras expressões analisadas no decorrer da pesquisa atuam de maneira profícua no sentido de auxiliarem na produção de dizibilidades e visibilidades dos espaços materiais e imateriais do catimbó-jurema. |
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