Sumario: |
Em 1523, somente dos anos depois da conquista de Tenochtitlán, a capital do império Asteca, o Monarca espanhol Carlos V, atendendo aos reiterados pedidos de Fernão Cortés, decide enviar um grupo de Padres Franciscanos para dar início ao processo de evangelização das novas terras do futuro Vice-reino de Nova Espanha. Um ano depois outro grupo se juntará aos anteriores. Estes homens serão considerados os Doze Apóstolos de América e com eles começará um dos momentos mais importantes da colonização do continente americano. A presencia de religiosos servirá de intermediação entre os espanhois e os indígenas dentro do complexo mundo das relações derivadas do Processo de invençâo de América tal e como o denominou Edmundo O Gorman, e da consiguinte Colonização do imaginario nas palavras de Serge Gruzinski, Para os Franciscanos, objeto desta tese, será, ao mesmo tempo, uma oportunidade única de criar na vespera do fim do mundo, um paraíso terrenal onde toda uma classe de homens seria consagrada à pobreza evangélica. (Phelan, p.88) Registro excepcional desta presença, entre os anos 1523 e 1583, são as Cartas que este grupo de religiosos e outros que chegaram ao longo de século XVI enviaram a diferentes destinatários a um lado e ao outro do Atlantico. Esta literatura epistolar, emoldurada no humanismo e no erasmismo, nos permite analisar a historia nas suas entrelinhas dentro deste singular período da história de América sem muita interferência por parte da denominada história oficial . O corpus epistolar, assim como outros registros escritos da época, nos abrem uma porta bastante esclarecedora na nossa tentativa de entender como a sociedade Nova Hispana e como esse Novo Mondo idealizado pelos Franciscanos poderia ter sido erguido com a marca da nova oportunidade para a cristandade, porém foram muitos outros fatores que condicionaram os primeiros momentos da colonização e não permitiram que o sonho se materializasse |
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