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Este estudo, que contempla as narrativas míticas do povo Guarani, trata dos mitos apresentados desde os textos clássicos até os textos míticos atualizados na contemporaneidade. Em vista do silenciamento e da cristalização de conceitos coloniais relacionados às populações indígenas por séculos, a insurgência das epistemologias de(s)coloniais é necessária para a constituição de outros pensamentos, também, em relação às literaturas indígenas. O principal objetivo é refletir sobre como as narrativas míticas estão sendo atualizadas nos tempos contemporâneos com a diversificação de suportes – escrita literária, transcrição em obras acadêmicas, criações audiovisuais e poético-musicais – que, no entanto, preservam a coesão dos propósitos da linguagem, resistência cultural e reivindicação de direitos. Nestas criações, destaca-se a importância dos narradores, intelectuais, escritores e artistas que mesclam relatos míticos, histórias de contato e suas memórias a fim de defender a importância do território. A palavra falada mantém visões de mundo e ontologias que, em tempos recentes, passaram a ocupar outras tecnologias – escrita, áudio e audiovisual – a fim de garantir a continuidade da transmissão da experiência mítica. Este estudo baseia-se em campos do conhecimento de Letras, História, Antropologia, Ciências Sociais e Artes (MELIÀ, 1992; CLASTRES, 1990; WALSH, 2009; GARLET, 1997; SOUZA, 1998; SHOHAT E STAM, 2006; JECUPÉ, 2016; POPYGUA, 2017). Os resultados indicam que as narrativas míticas atualizadas em um tempo-espaço cíclico fronteiriço consistem em meios de resistência e insurgência ao poder legitimador que durante séculos silenciou as vozes das coletividades indígenas. |
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