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A mansonelose é uma doença transmissÃvel negligenciada, cuja presença na região amazônica vem sendo apontada há várias décadas. No Brasil, tem como agentes etiológicos a M. ozzardi e M. Perstans. A transmissão se dá por vetores da famÃlia Simuliidae (Simulium) e Ceratopogonidae (Culicoides). Os habitats dessas espécies vetores ocorrem preferencialmente em trechos encachoeirados dos rios da região. A literatura disponÃvel aponta uma distribuição dos casos em paÃses como Venezuela, BolÃvia, Colômbia, Peru e Brasil; maior acometimento no sexo masculino e prevalência mais elevada na população adulta, tendendo aumentar com a idade. Na Amazônia brasileira diversas pesquisas foram realizadas ao longo dos anos e apontaram a região do Alto Rio Negro, municÃpio de São Gabriel da Cachoeira, noroeste amazônico como um dos locais de expressão deste agravo. Essa região é densamente povoada por populações indÃgenas cujo modo tradicional de vida tem entre suas caracterÃsticas uma intensa mobilidade intercomunitária rural à qual se associam os frequentes deslocamentos para área urbana da sede municipal. Essa dissertação descreve a distribuição de mansonelose em área urbana e rural do municÃpio de São Gabriel da Cachoeira (AM), verificando também a associação da mansonelose com a mobilidade humana no municÃpio de São Gabriel da Cachoeira e correlacionando a presença de Mansonella spp aos aspectos sociais, ambientais e culturais das populações indÃgenas que habitam na região. A metodologia compreendeu um levantamento de registros de mansonelose nos laboratórios da Rede de Atenção a Malária do municÃpio, no perÃodo de janeiro a dezembro de 2016. As 514 notificações positivas foram distribuÃdas segundo a lógica de organização geopolÃtica municipal para os bairros, no tecido urbano. Para área rural os casos foram distribuÃdos segundo áreas sócio-sanitárias, com acesso exclusivamente fluvial, que congregam as aldeias indÃgenas distribuÃdas ao longo dos principais cursos dos rios (Waupés, Tiquié, Içana e Negro, com seus respectivos tributários) que cortam as terras indÃgenas em São Gabriel da Cachoeira. Outro grupo de casos congregou as notificações provenientes de localidades também rurais, mas com acesso por via terrestre e maior proximidade com a sede municipal. Os resultados evidenciaram 514 resultados positivos para filária, equivalendo a 1,85% do total de 27.868 exames diagnósticos para malária realizados no perÃodo estudado. Sequencialmente as frequências para os 514 casos foram calculadas e espacializadas segundo sua origem (urbana ou rural), a distribuição por sexo e grupo etário. A área urbana apresentou 33, 07%, a área rural 66,93%, maior registro no sexo masculino (71,21%) e grupo etário de 40-59 anos (34,63%). |
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