Sumario: |
A literatura de autoria feminina tem registrado ultimamente experiências de personagens femininas que transitam entre as esferas privadas e públicas, com o objetivo de desmascarar a subordinação da mulher legitimada pela ideologia patriarcal e pela literatura canônica. Nesse cenário, algumas escritoras têm se destacado na ficção por resgatar figuras históricas que foram esquecidas ou silenciadas ao longo do tempo por uma realidade arbitrária e por um discurso que valoriza o masculino em detrimento ao feminino. Nesse trabalho, o destaque é a personagem Malinche, uma indígena que acompanhou Hernán Cortés na Conquista do México e ficou conhecida como a traidora de seu povo. O objetivo desse estudo é apresentar as reflexões e a versão do passado que Laura Esquivel oferece em seu romance Malinche (2006), emaranhando os discursos histórico e literário e fazendo com que sua obra provoque o diálogo com a história de forma “transgressora”, pois implica novas visões sobre o discurso instaurado (TROUCHE, 2006). A autora torna-se, assim, uma expoente da literatura escrita por mulheres como sujeitos próprios de seu discurso e que tem como propósito desconstruir o discurso histórico oficial, ao apresentar uma personagem feminina consciente de seus atos e palavras. |
Excepto si se señala otra cosa, la licencia del item se describe como Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International