Repositorio Bibliográfico Biocultural

Somos un mismo pueblo con culturas diversas

Sumario: O momento histórico em que vivemos nos convida a discutir questões sobre o fim das grandes meta-narrativas da modernidade, a economia de mercado e os direitos humanos. Vários autores, no campo literário, têm contribuído para a intensificação desses debates de forma aberta e comprometida. Entre eles está Anis Shivani, escritor paquistanês/estadunidense que atua como poeta lírico, romancista, contista, ensaísta e crítico literário. Avesso a rotulações, ele é um cidadão do mundo com opiniões contundentes sobre as formas de distribuição de poder em nossa época. O corpus de aplicação desta dissertação é seu livro de contos Anatolia e Outras Histórias (2009), onde encontramos um elenco de protagonistas representativos do que Frantz Fanon classifica como «os miseráveis do mundo», pessoas marginalizadas devido a suas crenças, ou à cor de suas peles, os pobres, os imigrantes, trabalhadores ilegais, refugiados, anarquistas, povos indígenas. O objetivo do trabalho é alimentar a discussão sobre este assunto. A dissertação se articula em três capítulos. Os dois primeiros apresentam uma visão panorâmica da problemática social e política ligada ao questionamento acerca da legitimidade do mainstream. O Capítulo Um trata sobre colonialismo, discurso pós-colonial, resistência anticolonial e descolonização; o Capítulo Dois apresenta os pensadores que teorizam sobre essas questões. Como se trata de um estudo com raízes na área de Letras, eu considerei pertinente abrir também um breve espaço para apresentar ideias sobre uma pedagogia cosmopolita. No Capítulo Três faço a crítica aplicada, com foco voltado para Anatólia e Outras Histórias. Após uma apresentação e comentários sobre a estrutura e o âmbito do livro, ofereço minha leitura de três contos, a saber, “Dubai”, “Repatriação” e “Anatólia”. Trata-se de um trabalho politicamente engajado, pois acredito na função social da literatura e no poder que ela tem para modificar o mundo. Encaro a obra de Shivani como única e transgressora, com suas personagens provenientes de culturas distintas e de diferentes épocas, compondo histórias de vida que ilustram a tendência contemporânea de busca por uma literatura mundial, que se pretende cosmopolita, onde percebemos inovações estilísticas como a mistura livre entre inglês e outros idiomas, reversões de narrativa, o uso inteligente de metáforas e a apresentação de pontos de vista aparentemente conflitantes. A pesquisa se volta para o estudo da dissidência, da transgressão, do não conformismo, convidando para o diálogo global. Ela investiga os temas que permeiam as narrativas, como a alienação, os sentimentos sobre estar em um entre-lugar, ou de falta de pertencimento, ou de não se enquadrar, a sensação de estar sendo perseguido, sentida pela maioria das personagens, cuja expectativa é serem aceitos e se sentirem integrados ao ambiente em que residem. Ao término desta pesquisa, espero haver demonstrado o valor da contribuição do universo ficcional criado por Anis Shivani como sendo um pleito cultural caleidoscópico e humano em favor da necessidade de alcançarmos formas mais eficientes de entendimento entre os países e as civilizações de nossa época. Acredito que se existe alguma força capaz de realizar tal façanha, ela vem a partir do canal aberto pela troca de ideias que a Literatura proporciona.

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