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Introdução: A doença de Jorge Lobo (DJL) é infecção fúngica crônica de acometimento da pele e há uma prevalência inusitada entre os índios Caiabi, povo que habita a região central do Brasil. Objetivos: 1) Descrever e revisar a epidemiologia da DJL entre os índios Caiabi desde os primeiros relatos até o presente momento. 2) Avaliar e comparar os aspectos histopatológicos e a resposta imune tecidual nas diferentes lesões cutâneas de um mesmo doente, assim como nos nódulos de doentes com formas localizadas e disseminadas. Métodos: 1) Realizada revisão da literatura indexada, de livros e registros de todos os casos da DJL entre os índios Caiabi, desde os primeiros relatos até os dias de hoje. 2) Numa amostra de 24 índios Caiabi com DJL, foram realizados os exames histopatológicos e imunohistoquímicos com marcadores de respostas imunológicas em amostras de diferentes lesões cutâneas num mesmo doente e de nódulos de doentes com formas localizadas e disseminadas. Resultados: 1) O número total de casos da DJL entre os índios Caiabi, desde os primeiros relatos até o presente momento, é de 63. A forma localizada foi significantemente mais presente no sexo feminino e a forma disseminada significantemente mais presente no sexo masculino. 2) Nas diferentes lesões cutâneas (nódulo, úlcera e atrofia), os dados que apresentaram significância estatística (p<0,05) foram: maior presença de células CD68+, CD3+, CD54+ e maior número de fungos no nódulo que na atrofia; maior presença de células CD3+, CD8+, CD20+ e CD25+ na úlcera que na atrofia; maior presença de células CD25+ na úlcera que no nódulo; maior presença de células CD8+ nas formas localizadas que nas formas disseminadas. Discussão e Conclusões: 1) A DJL apresenta uma única e impressionante prevalência entre os índios Caiabi, além de um comportamento distinto entre os sexos, predominando formas disseminadas nos homens e localizadas nas mulheres. 2) A atrofia parece representar uma regressão da atividade da doença e a úlcera parece representar maior atividade imunológica de padrão Th1. Há maior expressão de linfócitos T CD8+ nas formas localizadas, sendo uma das possíveis diferenças de resposta imunológica do hospedeiro que justificam essa apresentação clínica em alguns doentes |
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