Sumario: |
Inserindo-se no debate atual sobre a formação da cultura histórica brasileira, no século XIX, este trabalho estuda as relações entre a construção da memória nacional, as letras e o indígena, no período imperial. É nosso objetivo demonstrar que, no momento de constituição de uma cultura histórica nacional (1820 a 1870), as letras nacionais assumiram a responsabilidade de construir a memória histórica, apresentando como resultado a elaboração de um cronótopo tempo histórico local (Gumbrecht): o cronótopo do indígena, que se tornaria a chave de leitura e organização do passado nacional. Esta dissertação pretende por em evidência o processo de desenvolvimento deste cronótopo, desde o momento projetivo até a consolidação do mesmo pelas narrativas históricas. Ao final pretendemos que se torne clara a importância do cronótopo do indígena como referencial de historicidade eleito pelas letras imperiais, ferramenta de interpretação e organização do passado e artefato de consolidação da cultura histórica nacional no período. Nesse intuito, aqui serão avaliados textos de história da literatura, projetos historiográficos, ensaios de etnografia e romances históricos, num corpus selecionado qualitativamente entre os autores e textos mais importantes do período e cujos trabalhos se guiam ostensivamente no sentido de colaborar na narrativa histórica. A partir deste recorte vertical nos debates e textos que discutem a presença dos indígenas na história nacional brasileira, pretendemos destacar a importância do tema para a cultura histórica do período, como também a relevância dos romances de Alencar como colaboradores na construção de uma memória nacional. |
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