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Neste artigo, busca-se compreender de que forma o processo diaspórico em território brasileiro interfere na constituição identitária, sobretudo feminina, dos povos originários, a partir da leitura e análise crítico-literária do livro Metade Cara, Metade Máscara (2004), da precursora escritora indígena brasileira Eliane Potiguara. Sob essa mesma perspectiva analítica, propõe-se investigar também as complexas implicações dessas movimentações migratórias forçadas nas dinâmicas de violência e de silenciamento das vozes e das subjetividades indígenas. Na poética dessa escritora, as identidades têm sustentação na prática da afirmação da memória e conhecimentos ancestrais, como expressão das subjetividades, principalmente femininas, de diferentes etnias, constituindo-se lugares de conflitos e de materialização do entrelugar das vozes indígenas. Este é um texto que, muitas vezes, apoiado nas perspectivas teóricas dos Estudos Culturais, envolve uma metodologia de análise de caráter qualitativo e bibliográfico. Por fim, vale dizer que este trabalho dialoga com importantes conceitos teórico-metodológicos, recorrentes nas discussões contemporâneas dos Estudos Culturais, como os de diáspora, de desterritorialização, de transculturação, de poética de movimento, à luz dos textos de Stuart Hall, Bhabha, Ette, Ortiz, entre outros. |
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