Sumario: |
A partir da experiência intercultural e transdiciplinar de produção de três livros indígenas sobre saúde, Curar (Hitupmãa), O livro maxakali conta sobre a floresta (Tikmn Mãxakani yõg mmãtiãgtux yõg tappet) estes dois escritos pelos Maxakali , e O livro vivo (Una Hiwea), feito pelos Huni Ku, este trabalho procura delinear o conceito de paisagem nas textualidades indígenas. Desfazendo dicotomias tais como o mito e ciência, primitivos e civilizados, as palavras e as coisas, numa relação não de representação, mas de interação, a paisagem está simbioticamente implicada nas escritas, nos saberes e nas formas indígenas próprias de conhecer. Sendo assim, ela também permeia as concepções de doença e cura, ou seja, o que esses povos consideram saúde. A proposta que os livros em questão nos apontam é de uma grande saúde, para além do humano: a cura da terra. Uma cura que necessita manejar a escrita para o cultivo das paisagens que o pensamento permite e que o planeta precisa para sobreviver. Para tal tarefa usamos a teoria do perspectivismo do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, as formulações sobre a escrita de Maria Gabriela Llansol e o conceito de devir de Gilles Deleuze e Félix Gattari. |
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