Sumario: |
Argumentamos que a literatura indígena brasileira contemporânea tem como dinâmica constitutiva fundamental a correlação de autoconstrução e autoafirmação com e como criticismo social e ativismo político, a partir da centralidade, nela, da voz-práxis xamânica, calcada na e dependente da constituição antropológico-ontológica, sociocultural e epistemológico-política do indígena por ele mesmo, para si mesmo, a partir de si mesmo e, depois, como contraponto à modernização. Intelectuais indígenas como Davi Kopenawa, Eliane Potiguara e Daniel Munduruku fundam e dinamizam seus textos literários exatamente nessa voz-práxis xamânica em que tradição, resistência e luta imbricam-se e sustentam-se mutuamente, constituindo um eu-nós lírico-político profundamente ativista, militante e engajado em torno ao Movimento Indígena, que tem na tradição ancestral a matéria para a formulação teórico-política e na condição de marginalização como minoria o núcleo normativo de sua voz-práxis público-política. Aqui, a promoção das culturas e dos saberes indígenas e a crítica social, a resistência cultural e a luta política imbricam-se de modo fundamental, definindo a superação do privatismo, a recusa do silenciamento e da invisibilização e a consolidação público-política dos povos indígenas, o que leva a uma profunda correlação de literatura e Movimento Indígena. |
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