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A Literatura Indígena cada vez ganha mais força e voz, tanto em livros quanto em um sistema literário invisível ao cânone, manifesto em espaços como feiras de livro indígenas, coleções de livros e encontros de escritores. Essa materialidade artística envereda a Academia de modo que faz com que repensemos como representamos/abordamos o estereótipo do indígena, gestado ao longo dos séculos, desde a chegada dos invasores no Brasil, bem como de sua representação em obras consagradas. Propomos (re)conhecer esse mundo, seus sistemas de educação, os modos como vivem, como enxergam o “branco” e a sociedade brasileira que, agora, exerce o papel colonialista, antes realizado pelo colonizador português, em um claro processo de repetição arquetípica. Este artigo apresenta a obra Todas as vezes que dissemos adeus (2002), de Kaka Werá Jecupé, como uma escrita pós-colonial, a partir do olhar do próprio indígena. Também abordamos essa narrativa como ponte que atravessa as fronteiras do imaginário factual do conhecimento indígena. Enfrentamos, ainda, o desafio de estudar as trilhas indígenas, os saberes ancestrais, a visão ‘holística’ de suas culturas em tradição circular. Para isso, como fonte teórico-crítica, empregaremos autores como Francisco Noa, Daniel Munduruku e Janice Thiél entre outros. Palavras-Chave: Literatura Indígena. Ancestralidade. Cultura. Tradição. ABSTRACT Native Brazilian Literature increasingly gains strength and voice, both in books and in a literary system invisible to the canon, manifested in spaces such as indigenous book fairs, book collections and writers’ gatherings. This artistic materiality embarks the Academy in a way that makes us rethink how we represent/approach the stereotype of the native Brazilian people, born over the centuries, since the arrival of the invaders in Brazil, as well as their representation in consecrated works. We propose to (re)congnize this world, its education system, the ways the population lives, as they perceive the «white» and the Brazilian society that now plays the colonialist role previously carried out by the Portuguese colonizer, in a clear process of archetypal repetition. This article presents the work All the times we said farewell (2002), by Kaka Werá Jecupé, as a postcolonial writing, from the gaze of the native Brazilian himself. We approach this narrative as a bridge that crosses the borders of the factual imaginary of indigenous knowledge. We also face the challenge of studying native brazilian trails, ancestral knowledge, a ‘holistic’ view of their cultures and circular tradition. For this, as a theoretical-critical source, we will employ authors such as Francisco Noa, Daniel Munduruku and Janice Thiél among others. Key-Words: Native Brazilian Literature. Ancestry. Culture. Tradition. |
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