Repositorio Bibliográfico Biocultural

Somos un mismo pueblo con culturas diversas

Sumario: O Sistema Educacional Brasileiro é marcado por distintas nuances. Se por um lado há uma educação voltada para preparação de mão de obra, a fim de suprir as necessidades do processo de modernização e expansão das relações capitalistas no campo e na cidade, do outro, há uma proposta de educação emancipatória, que se volta ao conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras vinculados a vida e ao trabalho no campo – a Educação do Campo, que articula a luta pela educação, vinculada a luta pela terra, pelo território, pela reforma agrária, pelo direito ao trabalho e a soberania alimentar. Partindo de pesquisas e conhecimentos já produzidos sobre o assunto, esta pesquisa buscou investigar o projeto de educação desenvolvido pela escola do campo Madre Cristina e consequentemente pelo Assentamento Roseli Nunes, ambos frutos da luta do MST, localizados no Município de Mirassol D’oeste, Mesorregião Sudoeste de Mato Grosso. Nossa perspectiva, foi a de compreender como a escola, ao mesmo tempo em que garante o acesso ao conhecimento, a ciência e a tecnologia, formando mão de obra para o mercado, também reafirma a identidade dos povos do campo, como sujeitos de seu próprio destino e o campo, como lugar privilegiado na produção de valores e culturas específicas. Nossas perguntas orientadoras da pesquisa foram: Qual o papel da escola estudada e do assentamento em relação a resistência cultural e de identidade do campesinato? Quais ações da escola contribuem para a intervenção direta na realidade das famílias? Há projetos formativos na escola que contribuem para o desenvolvimento do campo? Em quais pontos esta escola se constitui como no e do campo? Quais práticas e ações da escola e do assentamento contrapõem o atual modelo hegemônico de desenvolvimento posto para o campo? Trilhamos o caminho da pesquisa qualitativa que busca o comprometimento com o desenvolvimento humano, associando conhecimento, cultura, práticas sociais e identidade. Os dados da pesquisa de campo, realizada por levantamento bibliográfico, pesquisa documental, entrevistas com educadores, educandos e famílias assentadas, nos permite afirmar que a Escola Madre Cristina é uma escola em movimento, do e no campo, que em suas práticas protagoniza a construção da Educação do Campo e de um novo projeto de vida para o campo e seus sujeitos.

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